O Património Oral e Imaterial da Humanidade, também chamado Património Cultural Intangível da Humanidade são uma distinção criada para a protecção e o reconhecimento do património cultural imaterial, abrangendo as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito aos seus antepassados, para as gerações futuras. São exemplos de património imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes, gastronomia e outras tradições.
* Gastronomia portuguesa
Portugal é um país muito rico na sua gastronomia, começando pelos Enchidos dos Traz Dos Montes, os queijos, os pastéis de Belém, o Cozido á Portuguesa, Carne de Porco à Alentejana, Cozido à Madeirens, Arroz Doce … passando também pelos nosso vinhos, tal como o famoso vinho do porto, acabando no azeite considerado um dos melhores do mundo.
A dança
A dança em Portugal depende muito do folclore português e este, por sua vez, das diferentes regiões do país tal como:
â Na madeira bailinho é a dança típica mais conhecida da ilha.
No Minho, sobretudo o Alto Minho é rico em danças tradicionais onde se destaca o Vira a Chula, a Cana Verde e o Malhão.
No Ribatejo a dança com maior difusão é o Fandango onde o homem gira em torno da mulher cantando e gritando de forma entusiástica.
Por vezes a dança é feita por dois homens que "disputem", um contra o outro, frente a frente, sapateando o melhor que poderem
No Trás-os-Montes, homens vestidos com os trajes típico Pauliteiros de Mirandela enfrentam-se uns aos outros com palotes. A dança evolui com o som ritmado dos palotes, nestas danças-combates as mulheres não participam.
Fernando Pessoa
Autopsicografia
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão,
Esse comboio de corda
que se chama o coração.
(dream)
Qualquer coisa de obscuro permanece
No centro do meu ser. Se me conheço,
É até onde, por fim mal, tropeço
No que de mim em mim de si se esquece.
Aranha absurda que uma teia tece Feita de solidão e de começo Fruste, meu ser anónimo confesso
Próprio e em mim mesmo a externa treva desce.
Mas, vinda dos vestígios da distância
Ninguém trouxe ao meu pálio por ter gente
Sob ele, um rasgo de saudade ou ânsia.
Remiu-se o pecador impenitente
À sombra e cisma. Teve a eterna infância,
Em que comigo forma um mesmo ente.
Mar Português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
â Trava-línguas
Maria-Mole é molenga, se não é molenga,
Não é Maria-Mole. É coisa malemolente,
Nem mala, nem mola, nem Maria, nem mole.
Tinha tanta tia tantã.
Tinha tanta anta antiga.
Tinha tanta anta que era tia.
Tinha tanta tia que era anta.
O sabiá não sabia.
Que o sábio sabia.
Que o sabiá não sabia assobiar.
O doce perguntou pro doce
Qual é o doce mais doce
Que o doce de batata-doce.
O doce respondeu pro doce
Que o doce mais doce que
O doce de batata-doce
É o doce de doce de batata-doce.
Olha o sapo dentro do saco
O saco com o sapo dentro,
O sapo batendo papo
E o papo soltando o vento
Tromba do monstro de pedra
E a prenda de prata
De Pedro, o pedreiro.
Se o papa papasse papa
Se o papa papasse pão,
Se o papa tudo papasse
Seria um papa –papão
O tempo perguntou pro tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu pro tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem.
Um por todos, todos por um.
Quem ri por último, ri melhor.
Cigarra cantou, calor chegou.
Quando se aproxima temporal, gado se junta no curral.
Cão que ladra não morde;
Homem prevenido vale por dois;
Quem vai ao mar avia-se em terra;
De pequenino se torce o pepino;
Águas passadas não movem o moinho.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
Ele pesca peixe de olho no gato.
Passarinho que acompanha morcego, acorda de cabeça para baixo.
Não conte com o ovo dentro da galinha.
Quem chega primeiro bebe água limpa.
Olho por olho, dente por dente.
Quem fala o que quer, ouve o que não quer.
Quem tudo quer, tudo perde.
A ocasião faz o ladrão.
A mentira tem pernas curtas.
De grão em grão a galinha enche o papo.
Cada macaco no seu galho;
Milagre Rainha Santa Isabel
Diz a história que no tempo em que reinava em Portugal o Rei D. Dinis, marido da Rainha Santa Isabel, os pobres daquela época íam pôr-se à porta do Castelo, pedindo esmola.
Essa mesma esmola era negada pelo Rei.
Mas como a Rainha Dª Isabel era muito bondosa vinha às escondidas do seu marido dar esmola e pão aos pobres.
Só que um dia o Rei encontrou-a quando ela ia dar esmola e perguntou :
- Que levas no manto, Rainha minha ?
E a Rainha com medo porque que o Rei não queria que ela desse esmola respondeu :
- São rosas meu Rei.
Então, o Rei pediu à Rainha que lhe mostrasse.
A Rainha cheia de medo mas com muita fé em Deus abriu o manto e dele cairam rosas vermelhas .
Surpreso o Rei e todos os presentes pois não era época de rosas, dera-se então um milagre: o milagre das rosas .